A varejista virtual americana Amazon mostrou, ontem, como está empenhada em avançar nas negociações com as editoras brasileiras para lançar seu serviço no Brasil. Durante palestra no III Congresso Internacional do Livro Digital, Pedro Huerta, diretor de conteúdo Kindle para América Latina, não economizou nos números sobre o crescimento da receita de grandes editoras americanas e britânicas com a venda de livros digitais. A mensagem - em tom de conversa de bom vendedor - foi taxativa: "Confiem em mim, o [meio] digital é um caminho sem volta", disse o executivo.
Apesar de ter evitado falar sobre o estágio das negociações no Brasil, Huerta deu sinais de que a queda de braço com as editoras locais continua a ser uma dor de cabeça para a Amazon. Ao comentar sobre sua área de formação - o executivo formou-se em engenharia em uma universidade alemã -, Huerta brincou, dizendo que o assunto "só não é tão chato quanto ter de negociar com as editoras brasileiras".
O principal ponto de conflito entre a Amazon e as editoras é o desconto que a varejista americana planeja conceder ao consumidor na venda dos livros digitais. Segundo profissionais do setor, o plano original da Amazon era dar um desconto de 70% sobre o preço de capa de uma publicação impressa. A companhia diminuiu essa taxa para 50%, mas ainda não parece ser o bastante. As editoras brasileiras querem que os e-books tenham um abatimento menor.
Desde domingo, quando chegou ao Brasil, Huerta tem visitado editoras brasileiras na tentativa de chegar a um acordo sobre os termos de possíveis parcerias.
Fonte: Valor Online
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